quinta-feira, outubro 02, 2014

SANTA CATARINA:...Deic confirma que ordem de ataques em SC partiu de penitenciária do RN.



Delegado afirma que presos catarinenses transferidos são mandantes.
Facção criminosa enviou recado de penitenciária da Grande Florianópolis.

  O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) confirmou que a ordem para a terceira onda de ataques em Santa Catarina foi dada por detentos catarinenses que foram transferidos para o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Segundo a Polícia Civil, a mensagem de ataques foi recebida por integrantes da facção criminosa do Complexo Penitenciário de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, e retransmitida para membros de todo o estado.
A Polícia Militar divulgou na manhã desta quinta-feira (2) que 52 ocorrências relacionadas aos ataques foram registradas desde sexta-feira (26). Dois suspeitos morreram em confronto e um agente penitenciário foi morto. No total, 21 suspeitos foram presos e oito adolescentes apreendidos. A PM registra casos como incêndios a ônibus, tiros contra bases de prédios da segurança pública, casas de policiais e viaturas.
Blumenau registrou primeira ocorrência, com coletivo incendiado (Foto: Jaime Batista da Silva/Divulgação)Blumenau registrou primeira ocorrência nesta
quinta (Foto: Jaime Batista da Silva/Divulgação)
O delegado responsável pela divisão de repressão ao crime organizado da Deic, Procópio Silveira Neto, confirma a ordem e a comunicação entre os presos de Mossoró e Santa Catarina. "Ocorre [a comunicação] porque em Mossoró é uma penitenciária padrão, uma penitenciária federal. Uma simples ordem pode ser dada por uma acompanhante íntima por voz. É impossível você conter", afirma. "[As ordens partiram] de Mossoró para São Pedro de Alcântara e daí se difundiram para rua", complementa.
         RECADO EM ÁUDIO
Um preso da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, gravou um áudio como porta-voz de uma facção criminosa com orientações aos seus integrantes. A veracidade da gravação foi comprovada pela cúpula de segurança pública do estado. O áudio foi gravado no dia 10 de setembro, duas semanas antes do início da onda de ataques no estado. O delegado da Deic alega que o áudio pode ter saído da penitenciária através de um microchip via advogados ou familiares.


Em um dos trechos, o porta-voz da facção criminosa fala da situação dos presos transferidos para o Nordeste. "Centenas de irmãos e seus familiares foram condenados pelas ações 2012, 2013 contra o governo. E hoje, depois de representar toda a nação, eles se encontram sem um advogado para se defender e trabalhar em cima de suas condenações. Hoje ainda temos 22 irmãos na Penitenciária Federal Mossoró (Rio Grande do Norte), há mais de um ano, e até então não tivemos condições de dar um apoio e as condições necessárias".
Em outra parte, a alegação é da falta de estrutura nos presídios federais. "Aqui na torre SPA (Penitenciária de São Pedro de Alcântara) não é diferente. Setenta por cento dos irmãos não têm visita, não temos trabalho. (...) Nossa realidade é de miséria, somente passando com a ração do governo. E muitas das vezes temos que recorrer aos poucos irmãos que têm uma visitinha para conseguir um sabonete ou creme dental. Na Penitenciária Sul (Criciúma) a situação é ainda pior". No mesmo áudio, ele ainda traz detalhes sobre a articulação e financiamento da facção.

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