O VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) pegou fogo há exatos dez anos, ainda na plataforma, onde trabalhavam 21 homens nos últimos ajustes do foguete. Faltavam apenas três dias para o lançamento quando a equipe foi surpreendida às 13h26 do dia 22 de agosto de 2003, com o equipamento de 50 toneladas entrando em ignição. E quando ele tentou voar, queimando o combustível das quatro fases, ele levou junto a estrutura montada ao seu redor, que só é retirada antes do lançamento, e matou todos os funcionários.
Doris Maciel, coordenadora da Associação de Viúvas das Vítimas de
Alcântara, segura bandeira estendida sob o caixão de seu marido |
Isso significa que o erro do primeiro protótipo não foi repetido na segunda tentativa de voo, e nenhuma das duas apontou a falha na ignição que causou o desastre anos mais tarde, em 2003.
Concluída em 2005, a investigação da comissão internacional não chegou a apontar culpados ou explicar o que ocorreu de fato com a ignição - o laudo da Aeronaútica, que conduziu o inquérito policial, apenas descartou sabotagem. Mas o relatório final do grupo indicou a necessidade da modernização da plataforma, dando novos rumos para o programa espacial brasileiro.
"Em projetos complexos como esses, como é um lançamento de um foguete, vários países aprenderam muito com seus acidentes. Os casos dos ônibus espaciais Challenger e Columbia, que causaram grande comoção no mundo todo, ajudaram a Nasa [Agência Espacial Norte-Americana] a revisar seus programas para evitar grandes acidentes", pondera o físico José Raimundo Coelho, presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira).
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