terça-feira, novembro 04, 2014

REPRESAS: Sabesp indica aumento no nível das represas do Sistema Alto Tietê

Represa Taiaçupeba - Suzano




Na sexta (31) o nível era de 6,6%, nesta segunda (3) é de

8,8%.
Em Mogi, média de outubro foi de 120 milímetros a menos que 2013.

As cinco represas que fazem parte do Sistema Alto Tietê amanheceram nesta segunda-feira (3) com boas notícias para quem está preocupado com a estiagem no Estado de São Paulo. Segundo o site da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o índice subiu de 6,6% na sexta-feira (31) para 8,8% nesta segunda-feira (3).
O aumento no índice do sistema aconteceu após as chuvas neste fim de semana. O Alto Tietê, que atende 4,5 milhões de pessoas, registrou chuvas na sexta, no sábado e no domingo. Na sexta-feira, o índice estava em 6,6%. No sábado, ele saltou para 8,99%. No domingo, o nível do sistema se manteve em 8,9%. Sem novas chuvas, o índice voltou a cair nesta segunda-feira (3), regredindo para 8,8%.
Segundo a Prefeitura de Mogi das Cruzes, na sexta-feira a cidade registrou 39,5 milímetros. Já no sábado, a chuva foi de 37 milímetros. Ainda de acordo com a administração municipal, a média para o mês de outubro deste ano foi de apenas 7,8 milímetros, cerca de 120 milímetros a menos do que o registrado no mês de outubro de 2013, quando choveu 128,7 milímetros.
Moradores da cidade comemoraram a chuva no final de semana. "Foi a coisa mais maravilhosa que teve, até ajoelhei para agradecer", diz o aposentado Manoel José Fernando. A dona de casa Rose Alves também ficou feliz com a precipitação. "Foi ótimo, né? Porque está faltando água e a gente precisa, quer fazer os serviços de casa e não tem água", opina.

O representante comercial Sidnei Antônio dos Santos afirma, no entanto, que apesar da chuva, não dá para ficar tranquilo com a seca no Estado. "Não dá para a gente ficar tranquilo não, a seca ainda está pertinente aqui na região e nos outros lugares do Estado, que a gente também faça essa economia porque faz bem para a nossa economia e não só para a gente".
A Sabesp divulga diariamente o nível dos sistemas de abastecimento de água no Estado de São Paulo. Para consultar, basta acessar o site da companhia.
Contestação
O engenheiro civil José Roberto Kachel, que faz parte do Comitê de Bacias Hidrográficas do Alto Tietê contesta os dados divulgados pela Sabesp depois da chuva deste fim de semana. Ele conta que diariamente acompanha a situação das represas, baseado nos números divulgados pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee).
Kachel mostra que no dia 31 de outubro, o Sistema Alto Tietê estava com 37 bilhões de litros de água. Ainda segundo ele, houve variação no volume das represas nesse tempo, mas ainda nesta segunda-feira (3), o sistema continua com 37 bilhões. Por esse motivo, o engenheiro acredita que não existe justificativa para o aumento no nível das represas de 2,9%, conforme divulgado pela Sabesp. "Como esse 2,9% significa 15 milhões de metros cúbicos, pode ser que eles tenham acrescentado o volume morto disponível. Porque, no momento, já foram utilizados 5 milhões de metros cúbicos do volume morto da Represa de Biritiba e restam, a Sabesp mesmo divulgou, 10 milhões na [Represa] Jundiaí", argumenta.
Segundo Kachel, a Represa de Paraitinga, por exemplo, estava no dia 31 com 9,9 bilhões de litros de água. Nesta segunda, o reservatório tem 9,6 bilhões. Por esse motivo, o engenheiro explica que a quantidade de chuvas foi insuficiente para aumentar tanto. "Para alcançar esse volume de 15 milhões de metros cúbicos em um dia, eu imagino que precisaria chover de 20 a 30 vezes mais do que choveu em um dia. Seria um dilúvio para justificar esse aumento", afirma.
Em nota, a Sabesp afirmou que nos dias 1º e 2 de novembro, o Sistema Produtor Alto Tietê teve seu volume acrescido em 2,4%, sendo 0,6% resultante da chuva e 1,8% do aproveitamento de mais uma parcela do volume útil do reservatório de Biritiba. Ainda segundo a companhia, no total, foram acrescidos 13 milhões de metros cúbicos, sendo 9 milhões de metros cúbicos da represa Biritiba e outros 4 milhões de metros cúbicos resultantes das chuvas (107,9 mm), principalmente no reservatório de Paraitinga.
A produção do Diário TV 1ª Edição entrou em contato com o Daee sobre os dados questionados pelo engenheiro, mas até às 08h36 desta terça-feira (4), não obteve retorno.

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