Segundo Diosdado Cabello, chavista que preside a Assembleia Nacional, uma vítima liderava grupo pró-governo em favela da capital; outra, um estudante opositor, morreu com tiro na cabeça. |
De acordo com o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, uma das vítimas era um militante chavista, líder do movimento 23 de Enero, cujo apelido era Juancho. A oposição afirmou que outros dois estudantes morreram nas marchas, informação não confirmada oficialmente.
Segundo a agência Associated Press, o confronto começou quando motociclistas chavistas armados dispararam contra cerca de 100 estudantes que protestavam contra Maduro. No confronto, morreu Bazil D’Acosta, de 24 anos, baleado na cabeça.
As marchas, convocadas para marcar o Dia do Estudante em várias cidades do país, transformaram-se em atos contra o governo apoiados por líderes da oposição. No centro da capital, milhares de estudantes das principais universidades venezuelanas se reuniram na Praça Venezuela. Eles protestavam contra a prisão de estudantes em protestos e atribuíam a grupos chavistas armados a violência em manifestações anteriores. "Você precisa de terapia para viver na Venezuela", dizia um cartaz de um estudante da Faculdade de Psicologia da Universidade Central.
Na terça-feira, homens armados tinham ferido cinco militantes em um ato contra Maduro - que acusou os estudantes de tentar derrubá-lo e convocou universitários chavistas para marcharem para respaldá-lo. "Eles querem derrubar o governo legítimo. Não vão conseguir", disse o presidente. "Deviam corrigir seu comportamento, se não aplicarei a lei com absoluta dureza contra os golpistas."
A marcha chavista ocorreu em Puerta Caracas. Maduro acompanhou a manifestação ao lado da primeira-dama Cilia Flores. Hoje, Maduro mudou o tom e pediu que militantes chavistas não entrassem em confronto com os grupos de oposição, aos quais classificou de "fascistas".
As manifestações ocorrem dois meses depois de a Assembleia Nacional ter concedido poderes especiais para Maduro se defender da "guerra econômica" contra seu governo. Índices de inflação e escassez mostram que a situação se agravou em janeiro. Nos últimos 12 meses, os preços na Venezuela subiram 56,3%, maior alta em 15 anos de governo chavista. A escassez de produtos da cesta básica subiu quase seis pontos porcentuais, de 22,8% para 28%.
Desde novembro, Maduro ordenou inspeções e criou leis para limitar em até 30% o lucro de empresas privadas. Os preços de roupas e de eletrodomésticos também foram reduzidos por decreto às vésperas das eleições municipais. Desde então, economistas têm alertado que o impacto das medidas sobre a inflação seria temporário. / AP, REUTERS, AFP e EFE
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