sexta-feira, fevereiro 14, 2014

CHUVAS:Governo de Rondônia decreta estado de emergência em quatro cidades.

Rio Araras (à esquerda) transbordou e invadiu ponte. Em Porto Velho, ruas estão tomadas pela água do Madeira (Foto: G1)O governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), decretou estado de emergência em quatro municípios, nesta quinta-feira (13), em razão das cheias do Rio Madeira. Lagos e igarapés transbordaram e pontes foram danificadas nos acessos às cidades de Rolim de Moura, Guajará-Mirim e Santa Luzia. A situação é mais grave na capital, Porto Velho, onde, na área urbana, 200 famílias têm água em seus quintais ou sua residências foram encobertas. As famílias desalojadas, levadas para casa de parentes, chegam a 145. Nove bairros estão submersos, informou o diretor de Comunicação do Corpo de Bombeiros, coronel Gilvander Gregório. Trinta e seis famílias desabrigadas foram encaminhadas para a Escola Municipal Maria Izaura.

A Prefeitura de Porto Velho, que também reconheceu estado de emergência há três semanas, pede auxílio a igrejas e busca prédios que sirvam de abrigos para alugar. A cota registrada ao meio-dia desta quinta-feira, de 17,18 metros, está bem próxima da marca história de 1997, quando o nível do rio chegou a 17,57. “Convivemos com uma cota ascendente. Não há sinal de vazante”, informou o chefe de Operações da Defesa Civil Municipal, Paulo Afonso.Cento e oitenta homens compõem uma força-tarefa para a remoção dos pertences e das pessoas desabrigadas. Uma sala de gerenciamento de crise, montada no quartel do Corpo de Bombeiros, tem apoio do Exército, Aeronáutica e secretarias estaduais e municipais. Bombeiros civis também se apresentaram como voluntários.  A frota, que é oficial, utilizada para remover pessoas e seus pertences, é insuficiente: seis caminhões e oito caminhonetes. Cinco grandes distritos de Porto Velho têm comércios e residências interditados. A única empresa que faz a linha para Guajará Mirim, fronteira do Brasil com a Bolívia, suspendeu a emissão de passagens. Uma ponte, no KM 200 da rodovia, foi alagada e permanece intransponível há dois dias.

Com o decreto de emergência, o Governo de Rondônia fica autorizado a dispensar licitação para a compra de álcool, hipoclorito de sódio, cestas básicas (alimentos não perecíveis), materiais de limpeza, barracas, cobertores, roupas e antibióticos. “As questões técnicas e toda a burocracia da lei a gente vê depois. O importante agora é salvar vidas e evitar doenças”, disse o militar. “A Assistência Social do Estado e das cidades afetadas levantam o quantitativo de famílias que precisariam de ajuda. Aviões e helicópteros fazem sobrevoos em todas as regiões inundadas, afirmou o diretor de Comunicação do Corpo de Bombeiros. As informações alimentam um relatório que deve ser lido pelas autoridades nesta sexta-feira (14).

O prefeito Mauro Nazif (PSD) manteve a projeção de que esta será a maior enchente dos últimos 100 anos na capital, e prevê o alagamento do principal centro comercial da cidade, na Avenida 7 de Setembro. Dois dos principais pontos turísticos de Porto Velho - o Porto do Cai n'Água e a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré - estão interditados. O lugar oferece risco de desbarrancamento. Uma vigilância privada, contratada pelo município, alerta para o risco de animais peçonhentos e queda de árvores.  O Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia) projeta chuvas na região, com trovoadas a qualquer hora durante os próximos três dias.

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