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O estilo de governo e a personalidade de Dilma a afastaram do Congresso, das ruas e até do próprio PT (Foto: Roberto Stuckert Filho) |
Apesar das medidas tomadas na última semana pela presidente Dilma Rousseff para contornar os efeitos das manifestações pelo país, como reuniões com líderes de movimentos e discussão de uma reforma política, a aprovação do governo continua a cair. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada neste sábado pelo jornal "Folha de S. Paulo", a popularidade da presidente de 57% para 30% desde a primeira semana de junho, quando teve início a onda de protestos. Em março, o índice de aprovação era de 65%.
>>Aprovação do governo Dilma cai de 63% para 55%, diz pesquisa
De acordo com o levantamento, trata-se da maior queda de aprovação de um presidente entre uma pesquisa e outra desde o governo de Fernando Collor de Mello, em 1990, marcado pelo confisco da poupança dos brasileiros. Sua aprovação caira de 71%, em março (pouco antes da posse), para 36%, três meses depois.
Do início de junho para o final, a porcentagem de brasileiros que julga a gestão de Dilma Rousseff como ruim ou péssima subiu de 9% para 25%. Numa escala de 0 a 10, a avaliação média caiu de 7,1 para 5,8. A queda de popularidade caiu ao menos 20 pontos em todas as regiões do país, para entrevistados de todas as faixas de renda, idade e escolaridade.
Quanto à avaliação da postura de Dilma diante das reivindicações das ruas pelo país, 32% consideraram que foi ótima ou boa; 38%, regular; e 26%, ruim ou péssima. De acordo com a pesquisa, 68% da população apoia a proposta de um plebiscito para a reforma política.
A política econômica do governo é um dos maiores alvos de críticas da população. Segundo a pesquisa, a aprovação passou de 49% para 27%, como consequência do pessimismo dos brasileiros sobre questões como a alta da inflação e das taxas de desemprego.
Se for considerada a margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos, a aprovação de 30% de Dilma coincide com o pior índice do ex-presidente Lula, que obteve 28% em dezembro de 2005, época do escândalo do mensalão.
O levantamento foi feito em dois dias com 4.717 pessoas de 196 municípios brasileiros.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que o resultado da pesquisa foi recebido com “tranquilidade” pelo governo.“Dilma está muito tranquila. Ela reconhece que tem uma mudança e acha que a receita, o remédio para isso é trabalharmos bastante", disse ele após reunião com a presidente neste sábado. "Já estamos trabalhando para entender mais pontos relativos às mobilizações populares e dar resposta, dar solução quando tiver, ou dizer que não tem solução, quando não tem". Para Paulo Bernardo, o governo reconhece que há problemas e que "continuará em diálogo com a sociedade" para atender às reivindicações populares. O ministro disse ainda que as manifestações das últimas semanas devem ter afetado a aprovação de todos os governos, não apenas a do federal.
A gestão do governo Dilma Rousseff e seu posicionamento diante da onda de manifestações generalizadas pelo país é tema da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana. Até agora a reação da presidente aos protestos só contribuiu para gerar mais atrito. Ela saberá sair da maior crise de seu governo?
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