SUZANO: calamidade na saúde......PS de Suzano deixa de atender acidentados...Último médico cirurgião que atendia na unidade pediu demissão por falta de pagamento

Desde a tarde de ontem as vítimas de acidentes em situação grave ou gravíssima de Suzano resgatadas pelas equipes do Corpo de Bombeiros ou do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), não podem mais ser levadas para o Pronto-Socorro Municipal. Na tarde de ontem, a Secretaria de Saúde do município enviou um fax para cada unidade em que solicita aos pacientes nestas condições sejam levados para outros hospitais de referência, como o Osíris Florindo Coelho, em Ferraz de Vasconcelos ou o Santa Marcelina, em Itaquaquecetuba, devido a falta de um cirurgião no PS. O problema é que no Regional de Ferraz também faltam médicos.

Segundo funcionários, o único cirurgião que atendia na unidade pediu demissão na tarde de ontem por falta de pagamento. Ao saber que os funcionários haviam denunciado a situação de calamidade do pronto-socorro, a Secretaria enviou um médico especialista da Santa Casa de Misericórdia para atender dois pacientes que precisavam de cirurgia.
Segundo um dos funcionários, o problema começou por volta das 14 horas de ontem, quando o único médico cirurgião que atendia na unidade pediu demissão. "Em novembro, tínhamos cinco médicos, dois cirurgiões e três clínicos. Três pediram demissão, e só sobraram um clínico-geral e um cirurgião, este que foi embora hoje por falta de pagamento. Ou seja, só tem um clínico-geral para atender tudo. Se chegar vítima de acidente aqui, morre", disse.
Ontem havia três viaturas "presas" no PS porque não havia maca para receber os pacientes. "Tinha uma senhora que era caso clínico, um homem que precisava de cirurgia e um outro detento que estava machucado. As viaturas ficaram quase três horas paradas aqui, porque não tinha nem médico, nem material para atender os pacientes. Depois de dizer para a direção que iríamos chamar a equipe do jornal arrumaram um cirurgião da Santa Casa para atender emergencialmente", contou outra funcionária.
Um dos pacientes que estavam no pronto-socorro relatou a dificuldade no atendimento. "Eu cheguei aqui as 10 horas e só fui atendida as 14 horas. A situação é de calamidade", contou uma senhora de 72 anos que não se identificou.