O protesto contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que
reuniu cerca de 45 mil pessoas na manhã deste domingo em Brasília, teve
alguns pedidos isolados de intervenção militar no País, o que contrariou
a maioria dos manifestantes.
“O pessoal disse que a gente não poderia sair com nosso
carro de som, porque hoje o movimento é exclusivo do impeachment”, disse
o servidor público Maurício Campelo, que sustenta que uma “intervenção
militar constitucional” seria a solução para o Brasil. “Também não
quiseram que a gente exibisse faixas, mas eu não aceitei, disse que cada
um escolhia a sua forma de defender o melhor para o País”, completou.
O servidor se posicionava atrás de um repórter de TV, de
frente para as câmeras, quando um grupo de manifestantes abordou o
jornalista para dizer que “nem todo mundo quer intervenção militar”.
Houve um princípio de tumulto, mas sem agressões. “Acho que 90% não
concorda com intervenção militar”, disse Robson Rossi, 30 anos,
engenheiro, que é a favor da saída de Dilma “por impeachment ou
renúncia”.
ampelo afirma que é líder do movimento Ordem Dourada do
Brasil, um “grupo de patriotas cristãos contra o comunismo”. Embora
defenda intervenção militar, ele rejeita a ideia de “golpe”. “O
impeachment não vai impedir a implantação do comunismo no Brasil. Mas
não se trata de golpe. Está previsto no artigo 142 da Constituição
Federal que a missão das Forças Armadas é garantir os poderes
constitucionais. E hoje o Executivo está dominando o Legislativo e o
Judiciário”, afirmou.
O agricultor Geraldo Corrent, 52 anos, é outro que
defende a “intervenção militar constitucional”. “Precisamos que os
militares tirem do poder esses corruptos que estão aí e promovam novas
eleições, apenas para quem for ficha limpa. Não acho que isso seja
golpe. A corrupção que a gente vê, isso sim é golpe”, disse.
O agricultor Geraldo Corrent, que pede intervenção militar "contra o comunismo" |
Maurício Campelo (de chapéu) disse que tentaram impedir que ele exibisse sua faixa de intervenção militar |
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