sexta-feira, março 21, 2014

BRASÍLIA:Após onda de ataques a UPPs, tropas federais serão enviadas ao Rio.

Ministério da Justiça ajudará a cúpula da Segurança Pública fluminense; tipo das medidas e locais das intervenções ainda são estudados pela pasta


BRASÍLIA - Preocupado com os ataques do crime organizado a três sedes de unidades de polícia pacificadora (UPPs), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), se reuniu nesta sexta-feira, 21, com a presidente Dilma Rousseff (PT) e solicitou ao Palácio do Planalto o envio de forças federais para conter a onda de violência na região. Nesta quinta-feira, o comandante da UPP de Manguinhos foi baleado em confronto com traficantes.
O governador chegou a Brasília acompanhado do vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, coronel José Luís Castro, e o chefe da Polícia Civil fluminense, Fernando Veloso. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, acompanharam as discussões.
"A reunião se deu de maneira muito objetiva: nós solicitamos à presidenta Dilma e ao governo federal o apoio das forças federais no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, que se faz necessário nesse momento em que o crime organizado tenta, com o avanço da política de pacificação, com o avanço dos territórios pacificados, desestabilizar a presença da polícia nessas comunidades com ataques covardes, gerando pânico e o distúrbio nas comunidades e fazendo vítimas entre PMs e entre civis", afirmou Cabral.
De acordo com o governador, os ataques às UPPs já estavam sendo monitorados pelos serviços de inteligência do governo federal e estadual, "com gravações e informações de diálogos entre chefes dessas organizações criminosas".
Veja mapa com informações sobre ataques a UPPs no Rio desde o início do ano:

Ataques a UPPs ficaram mais intensos no rio desde janeiro - Marcos Arcoverde/Estadão
Ataques a UPPs ficaram mais intensos no rio desde janeiro

Atuação. O governador afirmou, em coletiva de imprensa após o encontro, que na próxima segunda-feira, 24, haverá uma nova reunião entre autoridades para definir a atuação das forças federais na capital fluminense. A reunião está prevista para ocorrer às 10 horas no Centro Integrado de Comando e Controle, no Rio.
Cabral disse que ainda não poderia adiantar quais os procedimentos serão tomados, em função dos estudos que começam a ser feitos a partir desta sexta-feira pelo governo federal e estadual.
De acordo com o governador, o objetivo dessa reunião é "avançar e, quem sabe, já materializar à sociedade do Rio de Janeiro, a sociedade brasileira, o que faremos em conjunto".
Na avaliação do governador do Rio, este é um momento em que a marginalidade tenta reocupar territórios e desmoralizar a polícia e o Estado. "O Estado tem de se mostrar forte, unido, capaz de debelar o crime organizado. Essa é a ideia, o sentimento, que permeou toda a reunião entre nós e o governo federal", disse o governador.

Ações orquestradas. O comandante geral das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), coronel Frederico Caldas, disse nesta sexta-feira, 21, em entrevista à Globonews, que não tem dúvidas de que os ataques a quatro UPPs da zona norte do Rio feitos na noite desta quinta-feira, 20, foram orquestrados. Ele ressaltou que as demais UPPs, espalhadas pela zona sul, zona oeste e Baixada Fluminense (uma em Duque de Caxias), não sofreram nada.

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