A Juíza Marixa Fabiane cassou o direito de um dos advogados de Marcos Aparecido dos Santos, Ércio Quaresma, fazer perguntas ao ex-delegado Edson Moreira, no retorno dos trabalhos no plenário do Fórum de Contagem na tarde desta quinta-feira (25). O pedido foi feito pelo Ministério Público. A magistrada permitiu, porém, que os demais defensores do réu fizessem perguntas Moreira – testemunha de defesa. O julgamento de Marcos Aparecido, o Bola, já dura quatro dias. Ele é acusado de matar e ocultar o corpo de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes.
Decisão foi tomada após pedido do promotor Henry Wagner.
Magistrada permitiu que demais defensores questionassem testemunha.
O ex-delegado e hoje vereador na capital mineira foi o responsável
pelas investigações do caso. O depoimento dele começou na tarde desta
quarta-feira (25) e foi retomado nesta quinta-feira. Durante a manhã, a
sessão foi marcada por bate-bocas entre o ex-delegado e Quaresma. O
defensor de Bola também teve embates com o promotor, Henry Wagner de
Castro.Após a decisão da magistrada, o advogado Fernando Magalhães passou a questionar a testemunha. Antes disso, os defensores de Marcos Aparecido se reuniram e decidiram permanecer no plenário. O promotor havia dito ao G1 que caso a juíza não aceitasse seu pedido de cassar a palavra do advogado Ércio Quaresma, ele iria abandonar o júri. Desta forma, segundo o representante do Ministério Público, o julgamento seria anulado.
Cerca de meia-hora depois de Fernando Magalhães começar a questionar a testemunha, a defesa encerrou essa fase. Depois disso, a acusação iniciou as perguntas ao ex-delegado. Magalhães afirmou que a cassação de Ércio Quaresma prejudicou a defesa. “Nós partilhamos as perguntas para quem e como deveria ser feito. Ficou a cargo de doutor Ércio perguntar para essa autoridade, e eu só entraria depois de alguns pontos esclarecidos. Então, nos trouxe prejuízo sim. Mas confiamos na Justiça”, disse Magalhães.
Manhã desta quinta
sessão desta quinta-feira (25), no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana da capital, começou às 9h30, já com o depoimento do ex-delegado. "Estou me sentindo provocado. Eu gostaria de respeito comigo", disse Moreira à juíza Marixa Fabiane Rodrigues.
Durante a sessão, a juíza Marixa Fabiane determinou que Quaresma se limitasse apenas a perguntar. A magistrada considerou que o advogado estava argumentando. A juíza também reclamou que Quaresma, em alguns momentos, fazia perguntas repetitivas. Ela ainda se queixou de questões argumentativas que poderiam induzir respostas.
Sobre a presença do réu no momento da execução de Eliza, Quaresma disse que há uma lista de chamada da faculdade, confirmando a presença de Bola em sala de aula. Ele questionou ao ex-delegado se ele sabia onde Marcos Aparecido estava nesta hora. "Estava executando Eliza Samudio como testemunhou o Jorge", respondeu o vereador.
Os ânimos entre o promotor de Justiça Henry Wagner e Quaresma também ficaram alterados. "Eu quero dizer ao doutor Ércio Quaresma que a zombaria não me atingiu", disse Wagner sobre o uso da palavra "animal", que, supostamente, o advogado teria usado para descrever o promotor.
Quaresma explicou que não se referiu desta forma ao promotor e que foi um “equívoco” da imprensa.
Jornalista José Cleves depõe como testemunha de defesa no 3º dia de julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (Foto: Renata Caldeira / TJMG) |
Ele negou conhecer o goleiro Bruno; Luiz Henrique Romão, o Macarrão, Wemerson Marques, Elenílson Vítor da Silva, Dayanne Rodrigues e Fernanda Castro – todos réus no caso. Disse, também, que nunca morou em Vespasiano ou Esmeraldas, sempre em Belo Horizonte.
Cleves foi chamado pela defesa porque, em 2000, foi acusado pela Polícia Civil de ter assassinado a própria mulher. Ele foi absolvido por unanimidade. Naquela época, o inquérito foi conduzido pelo delegado Edson Moreira. Perguntado pelo assistente de acusação, José Arteiro, ele disse que acompanhou a carreira de Moreira, tendo boa convivência com ele. Cleves também disse não saber de nenhum caso em que o delegado tenha agido com má-fé. Disse, apenas, saber que muitos inquéritos que ele conduziu "não deram em nada".
No plenário, o advogado Ércio Quaresma perguntou se os assassinos da mulher da testemunha foram presos e indiciados e Cleves contou que um deles foi morto 30 dias depois do crime, e que o outro suspeito já havia morrido.
Vereador Edson Moreira fuma um cigarro durante o 2º dia de julgamento (Foto: Maurício Vieira / G1) |
O ex-delegado Edson Moreira falou por mais de cinco horas no terceiro dia de julgamento de Marcos Aparecido dos Santos – o Bola –, acusado de matar e ocultar o cadáver de Eliza Samudio. A sessão com a testemunha de defesa começou por volta das 13h30 e foi suspensa às 18h50 desta quarta-feira (24). Durante o depoimento, Moreira afirmou que acredita ser uma “simulação” por parte do assassino a versão de que a mão da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes foi jogada a cachorros.
Segundo o ex-delegado, em depoimento, Jorge Luiz Lisboa - primo de Bruno - disse que Bola falou "olha a mão dela aí" indo em direção ao canil e teria jogado a parte do corpo de Eliza para os animais. "Aquilo lá foi uma dissimulação do autor", disse Moreira. Para ele, Bola não queria que os presentes na cena do crime soubessem o que seria realmente feito com o corpo, e deu a entender que jogaria para os cachorros.
Inicialmente, Moreira seria ouvido como informante policial. Mas, antes de começar o depoimento, a defesa de Marcos Aparecido pediu para ele ser ouvido como testemunha, alegando que Moreira não é mais policial. A juíza deferiu o pedido. O ex-delegado, hoje é vereador em Belo Horizonte.
Jornalista ouvido
O jornalista José Cleves, testemunha de defesa no Caso Eliza Samudio, foi o primeiro a entrar no plenário nesta quarta-feira (24), em depoimento à Justiça, no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Silva, que foi arrolado pela defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola – acusado de matar Eliza Samudio e ocultar o corpo dela – disse à juíza Marixa Fabiane que conheceu o réu por meio das notícias publicadas pela imprensa.
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