Estudantes e professores atacam a casa do governador interino |
Veículo oficial é incendiado na residência oficial do governador interino. |
Grupo de professores quer renúncia de governador interino do Estado.
Antecessor deixou o cargo após crise gerada por sumiço de estudantes. Dezenas de professores atacaram nesta quarta-feira (29) a residência
oficial do novo governador de Guerrero, Rogelio Ortega, ao término de
uma manifestação para pedir sua renúncia e o retorno com vida dos 43
estudantes desaparecidos há um mês.
Cerca de 70 integrantes da Coordenadora Estatal de Trabalhadores da
Educação em Guerrero (Ceteg) encapuzados e com paus e pedras na mão
tentaram derrubar uma das portas da residência, localizada em
Chilpancingo, capital do estado de Guerrero.As forças de segurança responderam com tiros e pedras, o que enfureceu os professores, que utilizaram um poste de madeira para derrubar a porta e incendiaram um veículo oficial.
Outros 500 agentes anti-distúrbios foram destacados para reforçar a segurança da residência, o que dissuadiu o grupo de manifestantes.
O incidente aconteceu no final de uma manifestação que contou com cerca de mil professores da Ceteg, um sindicato que protagonizou vários protestos contra a reforma educional promovida pelo presidente Enrique Peña Nieto e agora pelo desaparecimento dos estudantes.
Os professores exigem a renúncia de Ortega, porque não foi eleito pelo povo. No domingo passado ele foi eleito pelo Congresso de Guerrero como governador interino em substituição a Ángel Aguirre. Os manifestantes ainda reivindicam informações sobre a localização dos 43 estudantes desaparecidos.
Aguirre, do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), renunciou na quinta-feira passada pressionado pelo mal-estar social gerado pelos incidentes violentos de 26 de setembro em Iguala.
Nesta noite os policiais atacaram a tiros estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa supostamente por ordens do então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, causando a morte de seis pessoas e feriu outras 25.
Além disso, de acordo com a investigação, os policiais detiveram 43 estudantes e os entregaram ao cartel Guerreros Unidos, cujo líder, Sidronio Casarrubias, ordenou seu desaparecimento achando que se tratavam de membros dos Vermelhos, uma quadrilha rival.
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